28/06/2012

Tenho tantas saúdades tuas. Mãe? Onde estás? Porque não me dizes nada? Porque é que não vens ter comigo? Porque é que não mostras que estás arrependida pelo que fizeste à 15 anos?
Vem ter comigo, vem dar-me o teu amor, era só isso que eu queria. é tão triste, tão triste mesmo. Sabes como me sinto quando é o dia da mãe e não tenho ninguém a quem dizer "és a melhor mãe do mundo, gosto muito de ti"? Nem queiras saber como me sinto, é dos piores dias para mim. Queria ter-te aqui comigo, queria trocar roupas contigo, que me dissesses o que está certo e errado, queria poder contar-te as minhas coisas ou simplesmente abraçar-me a ti sempre que quisesse.Era tão bom sentir-te, sentir que gostas de mim, que estás aqui comigo porque afinal eu sou tua filha e apesar de tudo és a minha mãe e não consigo não gostar de ti.
Sabes quando passo o dia do meu aniversário sem uma chamada tua, sabes o quanto me custa não te ter aqui?
Não fazes ideia, é doloroso, verdadeiramente doloroso.
O pior é já se terem passados tantos anos e tu continuares com essa tua vida, essa que tu escolheste e não te lembrares que estou aqui, que trouxeste uma menina ao mundo, pois eu ainda sou só uma menina, a tua menina. Não te preocupes, eu aguento isto bem. Tento fazê-lo, mostro sempre que não me fazes falta, mas sempre que posso choro, não por te culpar mas sim porque tenho saudades tuas.
Vejo as minhas amigas dizerem que as mães delas são umas chatas, mas não sabem a sorte que têm por terem as mães ao seu lado.
Quando me dizem que vão contar primeiro à mãe que tiveram uma negativa num teste ou que vão com elas ao centro comercial e as mães as ajudam nas escolhas das roupas, lembro-me tanto de ti e de como nunca fizemos isto juntas.
Não te interessa como estou? Queria tanto ser o teu orgulho, que à noite quando fosse dormir tu me fosses dar um dos teus beijinhos e me dissesses "tenho muito orgulho em ti filha, dorme bem". Não tens saudades minhas? Mãe, não queres vir cuidar de mim? Não querias pela primeira vez ouvir eu chamar-te "mãe"? Enquanto escrevo estou a chorar e a lembrar-me de quando estávamos juntas e me davas dinheiro para eu comprar uma coisa que eu gostasse. Se calhar só o fazias para tentares compensar a tu ausência, mas a verdade é que o que importava para mim era estar contigo e não o dinheiro. Ainda te lembras? A última vez foi à cerca de três anos. Só querias que ficasse com uma recordação tua e ainda tenho aquela porquinha que me deste. Agora os meus irmãos brincam com ela, mas eu lembro-me que foste tu que ma deste. É impossível esquecer-me, afinal é a única coisa que eu tenho tua. Tenho uma foto em que estávamos as duas na figueira e tu estavas-me a ensinar a andar. Porque é que não deixas isso e vens ter comigo?
Não tens saudades minhas? Mãe. Aqui em casa não se fala de ti, não é que eu não me lembre de ti todos os dias mas o pai não gosta de falar sobre isso e sabes, tens que lhe agradecer  a ele, a menina que estou hoje.
Ele esforçou-se por não sentirmos a tua falta, mas sabes, é impossível não sentir a tua falta. Já te culpei por não estares aqui , mas olha como foste (e és), se calhar estás aí  longe para que eu não veja o teu estado. Eu compreendo, aprendi a compreender mas a verdade é que já te culpei vezes e vezes por ter crescido sem ti, mas eu já entendi que só fizeste isso para o meu bem. O pai diz que sou parecida contigo no feitio e pelo que ele diz também tenho o mesmo vicio que tu: tirar todas as borbulhas existentes.
A avó conta-me sempre quando tu lhe ligas e quando isso acontece, só me apetece ir ter contigo e fazer-te abrir os olhos, proteger-te de tudo e trazer-te comigo. Oh mãe. És linda com o teu cabelo comprido e meio loiro, com a tua camisola branca para se ver o teu piercing no umbigo e com umas calças de ganga. Estavas assim a última vez que te vi, estavas simples mas estavas linda, tu és assim mãe.
Ainda continuo a negar que me fazes falta e quando me falam de ti passo automaticamente a arrogante, não gosto de mostrar que isto me incomoda.

                                                                                                 Gosto muito de ti,
                                                                                                                      a tua pequenina.

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